terça-feira, 31 de agosto de 2010

Novos combustíveis começam a fazer parte do dia a dia dos brasileiros

Já familiarizados com o biodiesel e o etanol, agora os brasileiros começam a entrar em contato com novas matrizes energéticas "verdes" no dia a dia. Entre as mais recentes inovações neste campo que são colocadas em prática em projetos-piloto no país estão o diesel de cana-de-açúcar e o óleo de cozinha usado.

O McDonald’s no Brasil decidiu trocar a produção de sabão pela do biodiesel a partir dos 3 milhões de litros de óleo de cozinha utilizados na fritura de frango empanado e batatas. A ideia veio há quase três anos da parceira Martin-Brower, empresa multinacional que faz todo o trabalho logístico da rede de fast food. O projeto experimental, que abrange 20 lojas, rende entre 2 mil e 3 mil litros de biodiesel por mês.

O objetivo para o ano que vem é expandir a coleta do resíduo para todas as 584 lojas no Brasil, atendidas por uma frota de 170 veículos. De acordo com o diretor de contas nacionais e internacionais da Martin-Brower, José Augusto Rodrigues Santos, com a extensão para toda a rede o potencial de produção será de 2 milhões de litros de biodiesel por ano. Isso significa quase a metade da demanda por combustível da frota, de 5 milhões de litros de diesel por ano.

Santos explica que a ideia é, inclusive, construir uma usina de biodiesel na sede da empresa, o que reduziria os custos de transporte entre a Martin-Brower, em Osasco (SP), e a usina que transforma o óleo em combustível, localizada em Sumaré (SP), distantes cerca de 100 km. “A expectativa é de que o biodiesel esteja 3% a 15% abaixo do preço do diesel”, ressalta.

A maioria dos caminhões em circulação com o combustível é abastecida com B5 (mistura de 5% de biodiesel com o diesel), mas a empresa já faz testes com B20 (mistura de 20% do biodiesel ao diesel comum) em quatro caminhões e um com o B100 (100% de biodiesel). “Queremos ter autorização definitiva para usar a mistura acima do B5 de forma permanente. Neste caso, não seria só o motor, o equipamento de refrigeração também receberia o biodiesel”, explica o executivo.
O projeto implementado, da forma que imaginamos, reduz 26% das emissões de gases de efeito estufa"
José Augusto R. Santos, da Martin-Brower

Batatinhas fritas e crédito de carbono
O último passo do projeto é emitir certificados de redução de efeito estufa e vender no mercado como crédito de carbono. “O projeto implementado, da forma que imaginamos, reduz 26% das emissões de gases de efeito estufa”, avalia Santos, que acredita que o modelo possa ser adotado pelo McDonald’s em outros países.

A iniciativa é só uma entre diversos ciclos fehados existentes em empresas para a produção de biocombustível. Os grandes frigoríficos, por exemplo, utilizam o sebo bovino para a produção de biodiesel. O material é considerado um problema porque requer tratamento especial para descarte.

Apesar do apelo sustentável das iniciativas, o diretor para o segmento automotivo da Roland Berger Strategy Consultants, Stephan Keese, acredita que esse tipo de ação não ganhará força em escala de produção, restringindo-se apenas a operações localizadas, de acordo com o interesse de cada empresa.

Bactéria 'faz' segunda geração de biodiesel
Nas ruas de São Paulo, a população pode conferir de perto os ônibus abastecidos com o biodiesel derivado da cana-de-açúcar. Desde julho, com o apoio da Prefeitura de São Paulo e a parceria da Mercedes-Benz e Petrobras, a produtora americana do biocombustível Amyris Biotechnologies iniciou um projeto piloto no qual três ônibus do transporte urbano público serão abastecidos com 5% do biodiesel de cana-de-açúcar enquanto outros três serão abastecidos unicamente com o novo biocombustível.

A novidade desta tecnologia é que, além de ser um combustível puro e livre de enxofre – o grande problema do diesel -, ele não entra no debate do uso de grãos comestíveis como matéria-prima de combustíveis. “Há uma pressão enorme sobre a indústria por causa do biodiesel. Cerca de 80% do vendido no país é feito da soja”, explica o membro do comitê técnico de tecnologia a diesel da Sociedade de Engenheiros da Mobilidade (SAE Brasil), Christian Wahnfired.

Por esse motivo, o diesel de cana-de-açúcar foi aprovado pelos organismos reguladores dos Estados Unidos, que o consideraram o biocombustível menos poluente e que não atenta contra a produção de alimentos. O engenheiro explica que o novo biodiesel é produzido com a ajuda de uma bactéria especial, que transforma o caldo de cana em óleo (veja infográfico acima). Segundo Wahnfired, apenas quem produz tal levedura pode fabricá-lo.

O maior desafio da nova tecnologia é a escala de produção, já que ainda é mais cara do que a do biodiesel feito a partir de sementes. Em Campinas, a empresa de biotecnologia produz de 5 mil a 6 mil litros por mês do biodiesel de cana para o projeto piloto. A escala industrial deve ser atingida entre 2011 e 2012. Para isso, a Amyris espera se unir a grandes produtores locais de etanol, como a Cosan, Bunge e Açúcar Guarani. “Demanda o Brasil tem. O país consome 45 bilhões de litros de diesel por ano”, ressalta Wahnfired.
Nos próximos anos, os cultivos de pinhão-manso, palma já estarão em fase madura para o início da produção de novos biocombustíveis.

Substitutos de grãos usados na alimentação
Mas a evolução continua. Nos próximos anos, os cultivos de pinhão-manso, palma, entre outras plantas que produzem óleos vegetais, já estarão em fase madura para o início da produção de novos biocombustíveis. Segundo Christian Wahnfired, o rendimento desses vegetais é muito maior que o de grãos utilizados na alimentação, como o milho e a soja. “A soja rende 500 kg de óleo por hectare. Já a palma rende cinco toneladas por hectare”, exemplifica.

Para o consultor de mercado Stephan Keese, os biocombustíveis continuarão um negócio rentável no país e ele não será afetado pela chegada dos veículos elétricos. “Não existe competição entre as tecnologias. As duas, juntas, garantem um balanço melhor”, afirma Keese. Segundo ele, o Brasil não irá se tornar um grande exportador de biodiesel devido à pressão política de Estados Unidos e Europa.

“Temos uma possibilidade de exportar para países próximos como Uruguai, Paraguai e Argentina”, diz. No entanto, na opinião do analista, o país continuará a ser o que melhor tira proveito desse tipo de tecnologia.

Priscila Dal Poggetto

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Um ciclo fechado com óleo de fritura

Um projeto de ciclofechado, envolvendo o McDonald’s e a empresa de logística Martin-Brower, entrou em ação recentemente. Por meio dele, o óleo utilizado nos restaurantes da rede no Brasil é transformado em biocombustível para abastecer caminhões. O toque final fica por conta do fato de que os veículos a serem abastecidos – da Martin Brower – são os mesmos que entregam os produtos para a rede de fast-food.


Assim, a produção de biocombustível fecha de ponta a ponta: os veículos da Martin-Brower que fazem o abastecimento do McDonald’s testam biocombustível produzido a partir do óleo de cozinha utilizado nos próprios restaurantes. O óleo recolhido no momento da entrega passa pela sede da Martin-Brower, em Osasco (SP), onde é armazenado e enviado à usina da SP BIO, que faz o processo de transformação em biodiesel.

Já foram realizadas três fases de testes. Hoje, cinco caminhões da empresa rodam pelo país com esse combustível.

A perspectiva de abastecimento é grande, já que, ao ano, os restaurantes da rede McDonald’s utilizam aproximadamente três milhões de litros de óleo de cozinha para a fritura de batatas e empanados.

Esse volume, quando destinado para a reciclagem em combustível, poderá abastecer com biodiesel toda a frota de caminhões da Martin-Brower que atende a rede no país.

domingo, 22 de agosto de 2010

TAM e Airbus testarão bioquerosene de aviação‏

Isto É Dinheiro

O gerente de combustíveis da TAM, Paulus Figueiredo, afirmou hoje que a companhia pretende realizar em outubro o primeiro teste com bioquerosene de aviação em parceria com a Airbus. Segundo ele, a fabricante de aviões finaliza os testes de laboratório para certificar o combustível, feito a partir de óleo de pinhão. A ideia é realizar um voo "Galeão-Galeão", disse Figueiredo, decolando e pousando no mesmo aeroporto.

O teste faz parte de um projeto para reduzir emissões de gás carbônico nos voos da companhia, evitando multas que serão cobradas pela União Europeia. Segundo o executivo, a TAM calcula que teria de pagar entre 3 e 6 milhões de euros por ano por suas emissões em rotas para a Europa. "Com a adição de bioquerosene, a redução da multa é proporcional ao porcentual do biocombustível", explicou Figueiredo, em entrevista após palestra no evento "Do petróleo ao Biocombustível", promovido pela Hart Consulting, no Rio.

As duas parceiras estão em processo de certificação de uma mistura de até 50% de bioquerosene com querosene de petróleo. Figueiredo explicou, no entanto, que os altos custos de produção do biocombustível não permitiriam o uso do porcentual máximo. "A ideia é acrescentar 1% no primeiro ano e ir crescendo à medida em que se tornar mais competitivo", disse o executivo. A primeira batelada de bioquerosene produzida pela TAM foi feita com quatro toneladas de pinhão manso adquiridas junto a pequenos produtores e transformadas em biodiesel nos Estados Unidos.

Por Nicola Pamplona

Sabesp dá dicas sobre como e onde reciclar óleo de fritura

Debater as questões e definir estratégias sobre a coleta, o reúso e destino final do óleo de fritura foram tema do Seminário do Mapa da Coleta e Reciclagem de Óleo no Estado de São Paulo, promovido pela Companhia de Saneamento Básico (Sabesp-sede Pinheiros) e pela Associação Brasileira para a Sensibilização, Coleta e Reciclagem de Resíduos de Óleo Comestível (Ecóleo).

O evento também apresentou as experiências e iniciativas de localidades no País e de empresas sobre a reutilização do óleo de fritura. Elma Miranda, há seis anos, questionava-se sobre para onde ia o óleo de fritura quando ainda descartava o produto no ralo da pia da cozinha da sua casa. A resposta veio de um de seus quatro filhos que aprendera na escola que aquele resíduo contribui para a degradação do meio ambiente. Além de entupir o encanamento, impermeabilizar fossas sépticas, contaminar rios e lençóis freáticos, ainda poderia também colocar a vida aquática em risco, comprometendo sobremaneira a alimentação humana.

Elma aprendeu a lição. Ela e mais um grupo de mulheres do bairro da Lapa, na capital, fundaram a Cooperativa de Produção dos Trabalhadores em Materiais recicláveis da cidade de São Paulo (Coopervivabem). A instituição visa ao recolhimento de óleo em residências, apartamentos e pequenos comércios na cidade. "Nós recolhemos o produto nesses locais por meio de pontos de coleta, em garrafas Pet deixadas pelos moradores. Depois, vendemos para outras beneficiadoras que o transformarão em biodiesel e em materiais de limpeza. Com isso, ajudamos na preservação do meio ambiente e geração de renda para diversas famílias", observou Elma, cuja empresa onde trabalha é responsável pelo recolhimento de cerca 900 litros de óleo por mês.

De acordo com o assessor do Meio Ambiente da Sabesp, Marcelo Morgado, O seminário tem o objetivo de unir moradores, empresários, ONGs, estudantes e pesquisadores. E também de projetar ações regionalizadas e discutir a melhor estratégia sobre a utilização do óleo de fritura no Estado de São Paulo. "O momento é oportuno para conscientizar que este benefício é de todos. Os danos causados aos sistemas de saneamento são enormes", afirmou Morgado, ressaltando que um litro de óleo de fritura pode contaminar mais de 25 mil litros de água, além de obstruir a rede de esgoto.

Inovação
Pioneira no recolhimento de óleo usado, a moradora do bairro Cerqueira Cesar, na região da Avenida Paulista, na capital, Célia Marcondes - presidente da ONG Ecóleo - percebeu a importância de organizar uma ação para reduzir os efeitos nocivos do óleo. Começou numa iniciativa localizada na Sociedade Amigos e Moradores de Cerqueira César (Sarmocc) em parceria com a ONG Trevo (empresa especializada neste tipo de coleta e reciclagem) em 2006. Hoje, a Ecóleo criada em 2009 faz a coleta de aproximadamente 1,5 milhão de litros de óleo vegetal por mês, deixando de poluir mais de 27 milhões de litros de água potável e gerando 160 postos de trabalho no Estado.

Segundo Célia, é necessária a união entre as pessoas, Governo e instituições de pesquisa para minimizar os prejuízos causados pelo óleo de fritura. "O que nos move é o interesse em proteger, principalmente, as águas e melhorar a qualidade de vida de todos. Mesmo com tantos danos causados até agora, ainda temos tempo para reverter essa situação". A Trevo, em parceria com a ONG de Célia, coleta 38 toneladas de óleo de fritura mensalmente na região. O óleo é descartado em recipientes plásticos de 50 litros, fornecidos pela própria ONG e depois segue na maior parte para usinas de biodiesel.

Depois da experiência pioneira em Cerqueira César, a Sabesp ampliou as parcerias para estimular a reciclagem em outros bairros da capital e também em outras cidades do Estado. Para isso, criou em 2007 o Prol: programa para fomentar a reciclagem de óleo de fritura, em especial nos municípios operados pela Sabesp, e consolidar as várias parcerias da companhia neste sentido. Dentre elas estão ações organizadas em conjunto com as prefeituras de Osasco, Registro, Itapetininga, Lins, Jales e Presidente Prudente.

Consciência coletiva
A estudante do curso técnico em Meio Ambiente Fernanda Maehara, de 25 anos, não quer ficar de braços cruzados diante dessa situação. Assim que soube do Seminário não mediu esforço para aprender sobre a reutilização do óleo de fritura. Fernanda optou em participar, pois pretende fazer um trabalho de conscientização no seu condomínio, no bairro da Liberdade, onde mora. Segundo ela, estudantes e moradores têm o dever de aprender e aplicar essas iniciativas. "Acompanho o dia a dia do meu prédio, ando pelas ruas do meu bairro, e vejo que a maioria não guarda esse tipo de óleo. Aprendi muito neste encontro e pretendo instalar um projeto de armazenamento e coleta desse resíduo".

Já o professor doutor da USP de Ribeirão Preto, Miguel Dabdoub, representou a organização Biodiesel Brasil, que realiza a reciclagem de óleo de fritura e a destina para a produção de biodiesel. Ele lembra que iniciativas como as de Fernanda são importantes para que a sociedade solidifique a ideia de preservação e reciclagem do óleo de fritura e outros materiais, mas é preciso tomar alguns cuidados. "Toda preocupação para o reaproveitamento de óleo é válida, porém, se esse processo não for feito corretamente as consequências podem ser desastrosas", alerta Miguel. Segundo ele, a tecnologia ainda é nova no País "e precisamos melhorar o nosso know-how científico".

O óleo funciona como um aglutinador de resíduos jogados na rede - como pontas de cigarros, fio dental, cotonete, preservativos e absorventes - obstruindo a tubulação. Além de beneficiar a rede de esgoto, destinar o óleo à reciclagem evita a poluição das águas. Atualmente, o Brasil produz cerca de 9 bilhões de litros de óleo vegetal por ano, e apenas 2,5% são utilizados pelo processo de reciclagem: separação, coleta e filtro.

Dicas para reciclar
*Após usar o óleo, espere esfriar e despeje-o num vasilhame bem fechado, que pode ser uma garrafa Pet
*Leve o óleo ao posto de reciclagem mais próximo da sua residência e coloque-o no lugar indicado
*Caso não saiba como fazer, peça ajuda ao promotor do posto de reciclagem
*Pratique e divulgue está ideia no seu bairro.

Em Sergipe solicite maiores informações:

Biodiesel Associados do Nordeste

Rua Lgarto 795 centro

Fones: 79-3043-8282 - 9119-1331

oleogotaagota@hotmail.com

Tempo de Degradação dos Materiais

Resíduo Tempo

ÓLEO DE FRITURA RESIDUAL - INDETERMINADO

Jornais - de 2 a 6 semanas
Embalagens de papel - de 1 a 4 meses
Guardanapos de papel - 3 meses
Pontas de cigarro - 2 anos
Palito de fósforo - 2 anos
Chiclete - 5 anos
Cascas de frutas - 3 meses
Nylon - de 30 a 40 anos
Copinhos de plástico de - 200 a 450 anos
Latas de alumínio - de 100 a 500 anos
Tampinhas de garrafa - de 100 a 500 anos
Pilhas e baterias - de 100 a 500 anos
Garrafas de plástico - mais de 500 anos
Pano - de 6 a 12 meses
Vidro - indeterminado
Madeira pintada - 13 anos
Fralda descartável - 600 anos
Pneus - indeterminado

Fonte: Grippi

PASSO A PASSO PARA PARTICIPAR DA CAMPANHA ÓLEO GOTA À GOTA

O óleo usado deverá ser armazenado frio, livre de outros resíduos como água e restos de comida.
Cada estabelecimento determinará a freqüência ideal de coleta.

A coleta deverá ser realizada sem nenhum tipo de despesa para os estabelecimentos que aderirem ao projeto.

O óleo entregue será utilizado na produção biodiesel de óleo vegetal.

Carbon Libre o compromisso Biodiesel Associados e bopetróleo.com.br

Ajudar a neutralizar gases de efeito estufa emitidos por atividades do homem, que podem variar de processos de produções industriais o de jogar óleos e gorduras residuais, e até o simples ato de dirigir um automóvel são geradores de efeito estufa.

As árvores plantadas irão absorver carbono da atmosfera e propiciar também outros benefícios ambientais locais, como preservação da qualidade do ar e da água e a proteção da biodiversidade.

Selo Carbon Libre biopetroleo.com.br

Tabela de Créditos (CE) compensação de emissões para empresas e condomínios doadores de óleos e gorduras residuais, revertidos em árvores plantadas.

Bronze - Corresponde a 150 litros de óleo doados, Total de Árvores para a Neutralização 10
Prata - Corresponde a 600 litros de óleo doados, Total de Árvores para a Neutralização 40
Platina - Corresponde a 1.200 litros de óleo doados, Total de Árvores para a Neutralização 80
Ouro - Corresponde a 3.600 litros de óleo doados, Total de Árvores para a Neutralização 240
Diamante - Corresponde a 10.800 litros de óleo doados, Total de Árvores para a Neutralização 720

Todos os doadores podem conquistar o selo Diamante, é só continuar a doar, a quantidade de óleo doado é cumulativa.

A validação e a verificação das doações são realizadas pela própria Biodiesel Associados e Biopetróleo.com.br

Compensação de carbono ganha cada vez mais adeptos

A necessidade de reduzir as emissões de gases do efeito estufa tem motivado grandes empresas a buscarem alternativas que vão além do Protocolo de Kyoto, como a compensação de carbono.

Os interessados em participar de nossa campanha poderão entrar em contato e fazer o cadastro pelo e-mail: oleogotaagota@hotmail.com

Fones: 79-3043-8282 - 9119-1331

Adler Joan
Presidente da Biodiesel Associados

USP produzirá biodiesel com óleo descartado por restaurantes do campus

Uma usina para produção de biodiesel, a partir do óleo de fritura usado pelos restaurantes do campus, será instalada junto à garagem dos ônibus circulares. Produzido em escala reduzida, para fins de pesquisa, ele será testado nesses ônibus para análise de desempenho, emissão de gases poluentes e desgaste do motor dos veículos.

A usina terá capacidade para produzir 200 litros de biodiesel por dia, o que equivale ao consumo diário de combustível de um ônibus circular. José Aquiles Baesso, diretor do Instituto de Eletrotécnica e Energia (IEE) e coordenador do projeto, relata que a partir dessa produção será possível analisar os efeitos não apenas do uso de misturas de biodiesel e diesel convencional em diversas proporções, mas também do emprego de 100% de biodiesel para mover os veículos.

Segundo ele, o projeto pretende ainda dar um destino à borra remanescente da filtragem do óleo de fritura, que pode ser reaproveitada na produção de fertilizantes, e a um subproduto do processo, a glicerina. A possibilidade de criar, junto a comunidades carentes, um empreendimento para utilizar a glicerina na produção de sabões também está sendo estudada.

A coleta do óleo de fritura será iniciativa conjunta da Coordenadoria do Campus da Capital (Cocesp), da Coordenadoria de Assistência Social (Coseas), do IEE e da Sabesp. Pretende-se, posteriormente, ampliar a captação junto à comunidade uspiana.

Aquiles afirma não haver previsão de quanto custará à universidade a produção de cada litro de biodiesel, mas observa que o cálculo deve considerar diversos fatores, como a prevenção da contaminação das águas pelo descarte indevido do óleo de fritura, o custo da logística de coleta desse óleo, o baixo custo da matéria-prima e a receita que pode ser gerada a partir da borra e da glicerina.

O coordenador nota ainda que, para o início dos testes em ônibus circulares, o projeto terá como base os resultados obtidos por instituições norte-americanas e pelo Laboratório de Desenvolvimento de Tecnologias Limpas (Ladetel) da USP de Ribeirão Preto. Análises realizadas pelo Ladetel indicam redução nas emissões de óxidos de enxofre, em 20%, de gás carbônico, em 9,8%, de hidrocarbonetos não queimados, em 14,2%, de material particulado, em 26,8%, e de óxidos de nitrogênio, em 4,6%. Além de essas substâncias contribuírem para o aumento da poluição atmosférica e de distúrbios ambientais, para o agravamento do efeito estufa, como é o caso do gás carbônico, e para a elevação da ocorrência de chuvas ácidas, como é, principalmente, o caso dos óxidos de enxofre e nitrogênio, algumas delas, como o material particulado e os óxidos já citados, podem provocar irritação das vias respiratórias e favorecer o surgimento de problemas respiratórios.

Aquiles observa, porém, que estudos recentes têm apontado um aumento, associado à utilização do biodiesel, das emissões de óxidos de nitrogênio. Segundo ele, uma das linhas de pesquisa se dedicará, portanto, ao desenvolvimento de medidas que possam reduzir a formação de óxidos de nitrogênio durante a combustão do biodiesel. Ele afirma também não haver conhecimento suficiente sobre os efeitos do biodiesel no desgaste dos motores dos ônibus, o que deverá ser tema de outra das linhas de pesquisa.
Atraso

Com a conclusão da instalação da usina prevista para fevereiro deste ano, Aquiles relata que, devido a contratempos do fornecedor, as últimas peças só foram entregues no final de abril. Ele nota que já é possível realizar a instalação, mas que se preferiu aguardar o fim da greve dos funcionários para que a usina seja montada em local já lhe reservado pela Cocesp junto à garagem dos ônibus circulares. Segundo ele, ainda, a empresa fornecedora garante ser capaz de, no prazo de dois dias, deixar a usina apta a produzir.
Experiência da USP-RP

Em 2000, o campus de Ribeirão Preto instalou uma usina capaz de produzir 10 mil litros diários de biodiesel e o passou a utilizá-lo em seus ônibus. No entanto, Miguel Dabdoub, coordenador do projeto, relata que, devido ao subaproveitamento da capacidade produtiva e ao consequente encarecimento do empreendimento, o campus abandonou a produção de biodiesel em maior escala, produzindo-o, hoje, apenas eventualmente e em pequenas quantidades para fins de pesquisa. Segundo ele, a solução encontrada foi deixar a produção a cargo de uma empresa incubada, enquanto as pesquisas passaram a se concentrar na análise do processo produtivo e da qualidade das amostras de biodiesel cedidas pela empresa.

Dabdoub, que também coordena o Ladetel, conta que hoje os ônibus circulares do campus de Ribeirão Preto já não são mais abastecidos com o biodiesel produzido internamente, limitando a utilização do biocombustível aos 5% já adicionados ao diesel convencional, como preestabelecido em lei. De acordo com ele, embora a pesquisa em biodiesel tenha ultrapassado as fronteiras da universidade e conquistado grande projeção externa, houve pouco apoio institucional por parte da USP.

Além da análise das amostras cedidas pela empresa incubada, Dabdoub relata que hoje o campus de Ribeirão Preto mantém o programa de extensão Biodiesel em casa e nas escolas, em que a USP coleta o óleo de fritura utilizado por escolas municipais, restaurantes e outros estabelecimentos e, em retribuição, oferece aos doadores os resultados da análise do óleo, para que eles saibam se o estão utilizando corretamente. O óleo coletado é posteriormente tratado e encaminhado à empresa incubada para a produção do biodiesel.

Dabdoub elogia a iniciativa do campus Butantã e afirma esperar que, desta vez, “a instituição realmente encampe o projeto”, mas adverte: “se produzido com qualidade, o biodiesel é o melhor substituto para o diesel, do contrário, ele é o pior”. Entre os problemas que o biodiesel de baixa qualidade pode provocar, ele elenca o entupimento do filtro e mau funcionamento do sistema de injeção e observa que há casos de falha de veículos após três ou seis meses de utilização.

O coordenador do Ladetel lamenta, porém, que a universidade conheça tão pouco os projetos que os seus próprios pesquisadores desenvolvem, o que, algumas vezes, segundo ele, gera duplicidade de trabalhos. Tendo coordenado, entre 2006 e 2010, o maior programa de testes de biodiesel do país e contribuído para a elaboração dos parâmetros oficiais de qualidade sobre a produção nacional desse biocombustível, bem como para a aprovação da lei que determina a adição de 5% de biodiesel ao diesel convencional, ele afirma estar disposto a colaborar com a iniciativa do campus Butantã. José Aquiles Baesso, coordenador do projeto no campus capital, admite não conhecer detalhadamente “as linhas de pesquisa e atuação” de Miguel Dabdoub.

Leonardo Martin

Fortaleza: 5,2 milhões de litros de óleo de cozinha vão para a rede de esgoto

Cerca de 52 milhões de litros de óleo de cozinha são jogados, todo ano, na rede de esgoto, o que equivale a 93% do total de óleo gerado na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). O volume foi levantado por um estudo feito pela Universidade Federal do Ceará (UFC) a pedido da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece).

Em virtude dos problemas ocasionados pelo despejo de óleo nas tubulações, a Cagece e a UFC estão estudando o aproveitamento de óleo de cozinha como matéria-prima para a geração de biocombustível alternativo.

Pelo projeto, o óleo residual de fritura seria separado por filtragem para retirar as impurezas e misturado a óleos provenientes da agricultura familiar na usina de biodiesel de Quixadá, distante 167 km de Fortaleza.

Reaproveitamento pode gerar milhões
Segundo o estudo da Cagece, é possível obter até 4,7 milhões de litros de óleo por mês na Região Metropolitana de Fortaleza, 65% destes só no
município de Fortaleza. Se vendido, o óleo tratado produzido na RMF poderia movimentar até R$ 9 milhões por ano.

Os resultados da análise, coordenado pelo professor Bosco Arruda, indicam que mais de 46% do óleo gerado em residências em Fortaleza são
jogados no esgoto contra 18% da área comercial.

A maior concentração da geração de óleo por mês em cozinhas industriais provém dos seguintes bairros:
- Centro - 44.162 litros;
- Meirelles - 42.975 litros;
- Aldeota - 14.483 litros.

No setor residencial, destaca-se a alta produção por mês:
- Granja Lisboa 117.624 litros;
- Aldeota - 35.047 litros.

Já os bairros com maior incidência de direcionamento do óleo residual para o esgoto são:
- Mondubim - 88.730 litros;
- Vila Velha - 38.956 litros;
- Barra do Ceará - 34.971 litros;
- Jangurussu - 30.051 litros.

Destino correto do óleo de cozinha em Teresópolis

Com certeza você já deve ter visto alguém jogando óleo de cozinha usado na pia, em vasos sanitários e até mesmo em tanques. Apesar de comum, esta prática é extremamente prejudicial ao meio ambiente. Por este motivo, a Secretaria de Meio Ambiente vem desenvolvendo um projeto para tentar retirar de circulação e dar o destino adequado para este tipo de material.

De acordo com Flávio Castro, Secretário de Meio Ambiente, os danos são grandes. Ao despejar o material no ralo, o óleo pode entupir a tubulação da casa ou apartamento e da rua. “O óleo tem um poder de destruição muito grande, especialmente para a água dos rios. Existe um estudo que para cada litro de óleo misturado na água, são contaminados cerca de 22 mil litros de água. Se a gente for colocar isso para dentro da nossa casa, esse óleo sendo jogado dentro da pia, sendo jogado dentro do tanque, com o passar do tempo, ele vai entupir a tubulação, o que pode causar proliferação de bactérias o que pode até trazer doenças para as pessoas que estão dentro de casa” explicou Flávio.

Este material, quando não passa pela estação de tratamento, vai diretamente para o rio direto ou para o mar e a cadeia de gordura demora meses para se desfazer. É só você olhar atentamente algumas praias. Sabe aquela espuma que as vezes vemos no mar, é resultado da gordura que saiu do esgoto e foi escoada no litoral.

Segundo Flávio, a melhor forma de descartar o material, é colocando os resíduos em uma garrafa pet, bem fechada, e entregando em postos de reciclagem. “Em Teresópolis, estas garrafas podem ser colocadas em um dos pontos de reciclagem espalhados pela cidade. O roteiro da coleta seletiva está disponível na secretaria do Meio Ambiente, e os bairros que não estiverem no roteiro, podem procurar pelos Ecopontos que estão colocados estrategicamente em 15 bairros” lembrou.

Ainda este ano, 20 novos pontos da cidade vão receber o Ecoponto, o que vai auxiliar no descarte de todo tipo de material reciclável, incluindo produtos feitos com plástico, papelão e as garrafas com o óleo de cozinha. “Praticamente todos os bairros vão ter acesso a coleta seletiva. Fica então o apelo para a população: é muito importante ter cuidado ao descartar o óleo usado, ele deve ser guardado e entregue nos postos de coleta, pois nós fazemos o encaminhamento para as cooperativas que vão dar o destino adequado ao material” ressaltou.

Além de beneficiar o meio ambiente, o descarte consciente vem beneficiando as famílias da cidade que trabalham com a reciclagem deste lixo: “A gente encaminha este material para a cooperativa de catadores que vende o óleo e arrecada dinheiro, gerando emprego e realizando a eliminação correta do produto, que é transformado em biodiesel, que é um tipo de combustível para veículos, e também em produtos de limpeza”.

Com o encaminhamento correto, por mês, somente em Teresópolis, um número considerável de litros de óleo tem deixado ser despejado nos rios da cidade, o que mostra uma evolução na conscientização ambiental dos teresopolitanos. “Neste mês de julho nós recolhemos 170 litros de óleo. Tivemos a adesão, principalmente, dos proprietários de restaurantes do Shopping Teresópolis e outros estabelecimentos do centro da cidade. Se os comerciantes e a população aderir a gente consegue tirar entre 500 e mil litros de óleo de circulação do ambiente natural” enfatizou.

Quando existe um número maior de produção de material reciclável, existe um aumento proporcional de mão-de-obra que para manusear estes resíduos, oferecendo oportunidade de emprego para a população: “Esta é uma das teclas em que a gente bate nesse sentido para que as pessoas se conscientizem de que ao jogar alguma coisa fora, este material vai ser passado para alguém ganhar dinheiro”.

A cidade tem uma cooperativa com 38 funcionários, que complementam a renda familiar com o dinheiro proveniente da reciclagem do lixo gerado em Teresópolis. “Se a gente conseguir aumentar a eficiência da coleta seletiva, que é fundamental para qualquer município, a gente vai poder ter de 150 a 200 pessoas se sustentando da coleta seletiva, ou seja, é mais emprego, é mais dinheiro, menos violência e menos desemprego. Isso cria um circulo virtuoso que é muito importante para a cidade” disse.

Além da coleta que gera empregos diretamente, em Teresópolis, algumas pessoas fazem artesanato aproveitando o óleo usado: “A gente tem informação na Secretaria de que tem uma moça na Beira-Linha que trabalha por conta própria e às vezes ela pega material com a gente aqui com a gente”.

Lembrando que para descartar o óleo usado, o material deve ser colocado nos Ecopontos ou nos postos de coleta seletiva da rota estipulada pela prefeitura.

Quem quiser mais informações sobre a campanha Óleo Gota Á Gota Pode Ligar para:

Biodiesel Associados do Nordeste;

79-3043-8282 9119-1331

Joanna Medeiros